Hoje quando acordei, levantei-me, olhei para o meu reflexo e não me reconheci. Após ter observado detalhadamente, cheguei a conclusão de que não conhecia aquela imagem pálida, de olhos humedecidos que os meus olhos insistiam mostrar-me. Não. Não conheço aquele olhar vazio e os ombros caídos que a acompanhavam. Essa não sou eu! Disse eu, contrariando a realidade.
Perdi-me de mim mesma algures no tempo talvez, pois sinto-me perdida e desolada dentro do meu próprio corpo. Não me consigo encontrar por mais que me olhe ao espelho. E quando me ponho a indagar sobre os dias alegres que vivi e os sorrisos brancos e puros que fiz brotar em meus lábios, parece-me que de outras vidas me refiro. Da minha boca hoje brota o silêncio e nada faz sentido.
Não existe mais eu!
Apenas um ser confuso e derrotado
Apenas uma alma triste e conformada
Olhem para mim agora!
O que restou de mim? Se não um desperdício de espaço. Aliás, sou um mero e insignificante espaço vazio.
Por mais que tente, não consigo encontrar um rumo, quando olho para mim, talvez precise olhar para outra direcção, ou então para sempre permanecerei, presa a essa amargura, sem nunca mais deixar nascer em mim, amor ou cor...
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