Hoje resolvi ser eu! Apenas eu! Sem
adicionantes ou extras. Resolvi despir-me de todas as máscaras e defesas que
criei ao longo dos anos. Hoje falarei de mim sem medo de parecer vulnerável,
sem vergonha ou receio de ser julgada, contarei a minha história real, na sua
íntegra, sem ficções, finais felizes ou licções de superação.
Direi o que sinto sem me contradizer
para parecer forte, não sei que raio me atingiu, mas acordei com vontade de
atirar pela garganta a fora tudo o que me atormenta.
Não aguento mais carregar nos ombros
a imagem sorridente de rapariga firme e exemplar que pintei para mostrar ao
mundo, enquanto por dentro estou podre, triste e magoada. Cheguei ao meu
limite!
Não consigo mais engolir o choro,
menti para mim mesma tantas vezes que era feliz e segura que mesmo quando me
apetece não consigo demonstrar consternação, não consigo chorar a frente de
outras pessoas, nem mesmo da minha própria mãe...
Já cheguei a pensar que estava seca
por dentro, que não mais tinha lágrimas para chorar, que nenhuma dor era capaz
de me abalar, mas estava enganada, redondamente enganada, pois descobri da pior
maneira que sou fraca e insegura e quando a dor chegou, não só abalou com
acabou comigo, levou todos os sorrisos, desfez o meu orgulho em pequenos
pedaços e só restou um ser sem brilho ou vontade de viver, uma mulher sem amor,
um coração gelado, uma alma vazia.
Sim! Essa sou “eu” agora! A sem rumo,
que anda aos trambolhões, louca e sem vaidade, muda e com saudades, vagueiando pelos
escombros da ilusão, apavorada com a solidão.
Eu, simplesmente eu.
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