segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

"Monstro do Stress"



Hoje parei para pensar numa das muitas expressões trazidas pelo frenezim das cidades do Séc. XXI, um termo muito usado pelos psicólogos, analistas, terapeutas, simples mortais e preguiçosos. Falo de um fenómeno muitas vezes usado para fundamentar a falta de organização e necessidade de atenção dos seres humanos, adultos sobretudo. Falo do tão mencionado stress. Aquela resposta mental e as vezes física do nosso corpo a certo estímulo nervoso causado por qualquer desajustamento na nossa vida profissional ou pessoal.

Após um dia estafante em que nada parecia correr bem ou fazer sentido, refugiei-me na velha desculpa das últimas décadas, talvez esteja stressada e precise de uns dias para descansar. Contudo, o meu ser inquieto e curioso fez-me questionar e indagar sobre quais seriam os motivos desse tal stress. Ou seja, perguntei a mim mesma:  O que é que efecivamente me causa stress? 

Acordar cedo? Ter muito trabalho para fazer? Pensar? Perder horas do dia no trânsito? lidar com os funcionários dos serviços públicos? Ir ao Banco e ouvir aquela deixa desconcertante que nos tira do sério sobre não haver sistema? Viver os meus problemas e os dos outros? Ser mulher? Aturar as minhas amigas? Lutar contra a força da gravidade? 
Enfim, a minha natureza humana egoísta e dramática apontava para vários motivos, fazendo-me sentir pena de mim. Sou tão sofrida! Porquê que não tenho uma vida diferente? Porquê que é tudo tão difícil para mim?
Nem acredito que era eu a pensar em tamanha tontisse! Quer dizer, que raio de Drama Queen apoderou-se de mim naquele momento? Ora essa!
Será que o meu único problema e o de muitas outras pessoas que ousam queixar-se das mesmas mesquinhisses não é uma coisinha chamada gestão do tempo? Será que não existem milhares de formas bem viáveis até de aliviarmos o stress gerindo melhor o nosso dia-a-dia?

Bom, não sei se vai resultar mas decidi criar dois critérios que talvez sejam úteis e eficazes nessa minha e vossa luta contra o stress. Estabeleci uma ordem de prioridades para tudo o que faço com base no critério da felicidade, isto é, tudo o que não contribui minimamente para a minha felicidade é posto de lado e com base no critério da Bufunfa, isto é, tudo o que não me ajuda a ter dinheiro no bolso e a pagar as contas é igualmente posto de lado. E vocês nem imaginam a quantidade de coisas que eu fazia fora destes dois critérios. Eu passava as semanas sobrecarregada por causa das horas que dedicava a coisas sem importância que não me davam dinheiro nem felicidade. Outra medida que tomei foi testar o poder da minha mente e o meu auto-controlo e paciência. 

Por exemplo, acordar mais cedo ou perder tempo no trânsito? O que é que me causa mais stress? Sem pestanejar prefiro acordar cedo. Chatear-me com as funcionárias dos serviços públicos ou ignorar a sua estupidez humana algumas vezes natural e outras vezes adquirida? Ignorar parece-me bem. Adiantar o meu trabalho sempre que possível para nunca me sentir sobrecarregada e desfrutar do prazer de estar sempre um passo a frente dos outros colegas? Estar um passo a frente soa bem. Enfim... Existem várias coisas que podemos ser nós mesmos a decidir e que nos fazem um bem incalculável. Porque não decidir a nosso favor? 

Para mal dos nossos pecados faz parte da natureza humana apontar culpados e quando não há outra pessoa para culpar, culpamos a nós mesmos e fazemos com que os outros se sintam mal por nos estarmos a culpar. É difícil para o ser humano não seguir o seu instinto egoísta mas não é de certeza impossível. Temos a maravilhosa capacidade de adaptação, ultrapassamos limites desde sempre. 
Faz parte de nós vencer barreiras, criar excepções. Nós próprios somos uma grande excepção da natureza. Porque será que nos agarramos a justificações tão minúsculas? Qual stress qual quê? Somos muito melhor do que isso! Ao menos que se pense num mostro maior...