sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Escolhas!

Delas não nos conseguimos escapar! Nunca!
Das mais simples as mais complexas, das mais imediatas as mais ponderadas, por mais que nos tentemos esquivar, tarde ou cedo elas nos vêm confrontar. Cruciais ou superficiais, determinantes ou banais, por mais que as tentemos contornar, aqui ou ali, elas nos vêm encontrar. São tão certas quanto a morte e ao mesmo tempo imprevisíveis como o amanhã.
Fazem parte de nós, do nosso dia-a-dia! Estão em nós como as nossas fantasias, são para nós como sol é para a lua. Porém, tão certas quanto elas são as suas consequências. O preço que a vida cobra por cada uma delas! As vezes mais baixo outras vezes mais alto, contudo nunca é de graça! Seguramente todas as escolhas que fazemos têm um preço, mesmo...
Nem adianta nos tentarmos enganar, não! Para quê culparmos a sorte por nos faltar? Afinal é tudo resultado daquelas escolhas. Aquelas que fizemos ontem, hoje, no minuto ou segundo passado, há duas semanas ou dois anos atrás, é tudo resultado delas! As nossas escolhas! O que corre bem ou mal, o que nos surpreende ou que já esperávamos, é tudo resultado das nossas escolhas! Mesmo!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

“Uma mulher sem coração”


E lá vai ela, gingando sem jeito pelas ruas da cidade, exibindo o seu charme e pensando ser sem querer. Julgando estar protegida pelo véu da sua falsa inocência, escondendo mil desejos e sonhos, como quem não sabe o que quer e nunca soube…

É ela a “mulher dos mil amores”, que adora sentir-se desejada e cobiçada, uma sedutora nada, um coração cheio de amor para dar mas que não sabe amar. É ela a cruel dama de rosa, uma faca de dois gumes, uma flor com espinhos, um verdadeiro vício.

Mas também é sofrida, a beleza deslumbrante que lhe veste a silhueta e o semblante é para ela um pesadelo, um doce pesadelo que a assombra, um fardo… As vezes, gostava de ser menos especial, mais comum e vulgar. Talvez assim fosse mais feliz, talvez assim a menina linda e perfeita aprendesse a amar, sem razão, amar simplesmente…

Ela é racional, até demais, generosa algumas vezes e até piedosa, mas não pode negar o prazer que sente ao ver alguém lutar pelo seu coração, mesmo quando sabe que o coitado trava batalhas inúteis, pois não se sabe se ela tem coração. Houve momentos em que achou estar loucamente apaixonada mas depois que o tempo passou, e já não sabia distinguir o que sentia de “encanto, admiração ou tensão sexual”. Talvez até tenha sentido paixão mas passou, porque tudo na vida passa, ou porque simplesmente deixou morrer, a paixão e todos os outros sentimentos semelhantes que do seu peito brotaram. Não se sabe... Pois tudo em si é ambíguo tão ambíguo que até ela própria se sente estranha em si mesma, como se estivesse a habitar o corpo de outra pessoa, como se não se reconhecesse em seus olhos, suas mãos, como se nada fizesse sentido…

E assim vive os seus dias… Confusa e perdida, vivendo os seus “pseudo-amores”, um de cada vez ou todos ao mesmo tempo. Perdida, a cada dia mais perdida!

Uns são como mestres, aprende com eles e torna-se mais interessante e envolvente em suas abordagens para atrair aqueles que a veneram e a consideram um génio, em todas as suas vertentes. Tudo o que ela diz ou faz é digno de um sábio da antiguidade, uma Deusa do saber!

Outros são como uma muleta, os carinhosos e amigos impecáveis e estendem a mão para ela e a confortam, sempre, sem hesitar…

Há ainda os românticos que a fazem sentir princesa e os amantes que a tornam na essência da sensualidade e fazem vir ao de cima as suas vontades mais íntimas e surpreendentes!

Porém, os que chamam a sua intenção verdadeiramente são os misteriosos e pouco disponíveis para ela, aqueles que fazem jogos psicológicos e fazem com que se sujeite a implorar por atenção, os que a fazem sofrer, ouvir canções tristes e ler poemas de dor… Mesmo a esses não sei se ela um dia amou mas, de certeza que o marcaram e muito… Talvez por terem sido um desafio ou por terem olhado para ela como um ser humano normal, por terem decifrado os seus defeitos e as suas fraquezas, sem nunca a tratarem de forma especial, sem nunca caírem nas suas tácticas de sedução… Não se sabe também…

Há quem diga que estes souberam agir como homens de fibra mas outros defendem ainda que foram covardes apesar de inteligentes, pois aperceberam-se da sua beleza fatal e do seu encanto sedutor e tiveram medo. Medo de não a conseguirem largar, medo de a amarem loucamente e por ela sofrerem, medo de se entregarem. Se assim o fizeram, não se lhes pode tirar a razão, fizeram-no por eles, pelo bem dos seus corações… Fugiram dela, sem nunca olhar para trás… Deixaram-na sozinha e indignada, sem entender o que lhe faltou, rejeitando-se a aceitar que tinha sido rejeitada…

Talvez nada a tenha faltado, talvez nada lhe falte, talvez tenha tudo em demasia, muito brilho, muito saber, muita intensidade, muitos valores, muito pudor, muita loucura, muitos desejos, muita fantasia, muito amor… E talvez esse seja o seu maior defeito, que fardo!