quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"Dialogando com o medo"

OIÇA CÁ SENHOR MEDO!!!
Quem tu pensas que és???
ANH????
Quem te deu o Direito de comandar os meus passos? Estou farta de ti!
Porque é que pensas que podes guiar até os meus pensamentos??
Nem sei onde é que eu estava com a cabeça quando te deixei entrar e ficar, eu devia estar fora de mim,  como é que pude que pensar que fosses igual ao menino "Respeito" , tão educadinho, sabe qual é o seu lugar, só fala quando lhe dão permissão, sim senhora, bom rapaz, longe de ti chegar aos pés dele. Tu falas demais, pah! 
Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuh! Nem te atrevas a me interromper! Não te dei autorização pra falar, portanto fica aí quietinho, agora sou eu quem manda, nunca mais me dizes o que fazer, quando fazer ou como fazer, muito menos o que pensar ou sonhar, ouviste bem?
Náo sei como é que pude ser tão burra ao ponto de confiar em ti, nunca me deixaste ser quem eu realmente era, deste-me a ilusão de estar segura e confortável enquanto eu era infeliz e triste, quase deixei morrer a minha vontade de ascender, a minha sede de aventura, o meu amor pela viada, nãoooooo naninanão! Já chega não te quero mais ver pela frente!!!
Vou trocar-te pela Menina Prudencia, Ja falei com ela e temos acordo, ela avisar-me-á dos perigos a mesma e nem por isso me impedirá de viver. Lamento muito senhor medo não queria ser rude ou te magoar mas estavas a pedi-las e quem sabe assim podes perceber que nem tu estás isento de sofrer, assim é a vida! Cheia de obstáculos e tropeços, imprevisível e matreira, porém, não desanimes porque ao mesmo tempo é bela , tão bela que num sopro se esvai e enquanto ficamos na plateia a assistir com medo de actuar ela passa bem ao nosso lado... Vá! Deixa-te de lameixisses e faz-te  a ela! Anda, põe-te a mexer, apanha a estrada, aqui ja não há lugar para ti amigo! Vou ser feliz e livre como sempre quis ser... ADEUS!!!!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Conversando com os meus botões"

Hoje é um daqueles dias em que não consigo encontrar um rumo, estou literalmente perdida, confusa, angustiada,bloqueada enfim, nem sei bem sobre o que é que estou a escrever, se é um desabafo ou uma tentativa de fuga da teia de dúvidas e anseios que me está a consumir.
Nos últimos dias uma série de acontecimentos fizeram com que eu admitisse por alguns instantes a hipótese de estar numa maré de azar, pois desde o nascer do sol até o cair da noite, os últimos dias foram preenchidos por uma sucessão de pequenos desastres e grandes aborrecimentos, perguntei-me várias vezes porquê que tinha saído de casa, porém sou uma pessoa muito racional apesar de crente e deduzi que tinha tudo a ver com o meu estado de espiríto, más energias, ou ainda que tudo pode ter acontecido daquela forma porque tinha de ser assim, porque há alguma razão que eu desconheço, e por fim tentei consolar-me concluindo que sempre poderia ter sido pior.

Mas hoje estou particularmente angustiada, não me apetece sair de casa, talvez tenha medo do que pode acontecer hoje, ou talvez tenha algo preso aqui dentro de mim que precise sair, sei lá, sinto-me sufocar, apetece-me gritar sobre sei lá o quê, sinto falta de não sei quem, isso nem parece coisa minha, parece conversa de louco, talvez eu esteja a enlouquecer e não saiba, ou talvez sempre fui louca, será que estou a exagerar? sei lá  acho que vou parar de escrever...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Amor da Amizade!

 ...

" Nunca fui uma pessoa muito expressiva ou espontânea, mas também não sou amarga ou reservada, tenho as minhas pessoas e os meus momentos apesar de ser relativamente simpática e comunicativa, adoro rir e conversar sobre variados assuntos, enfim, considero-me uma pessoa sociável e fácil de lidar.

Porém confesso que sou teimosa e as vezes um pouco contraditória e radical e acrescentando a este facto a minha impaciência e intolerância fatais tornei-me numa pessoa de poucos amigos, as minhas relações humanas e sociais são na sua maioria temporárias e superficiais.

Contudo os poucos e grandes amigos que conquistei nos meus breves anos de existência são os meus únicos e verdadeiros amores. Não abro mão deles, não posso e nem quero dar a um deles o título de “melhor amigo” pois posso ter o melhor de cada um deles. Boa parte do que sei sobre mim, sobretudo os meus defeitos e manias, aprendi com eles, muitas vezes, desaponto-os com a minha ligeira tendência para contraria-los e outras com a minha excessiva capacidade de compreende-los, eles também falham é verdade, são seres humanos, faltam-me algumas vezes, mas o que nós temos é tão puro e simples que involuntariamente encontramo-nos nas nossas diferenças e mesmo quando dedos são apontados ou pedras são lançadas não nos conseguimos separar, somos parte integrante, nas vidas uns dos outros.  

Em determinadas épocas da minha vida, senti-me incompleta, precisava mais do que carinho, compreensão, conforto, estabilidade, precisava sentir-me viva, desequilibrada no meu próprio corpo, precisa sentir-me perdida em meu mundo, e aí a amizade deles não foi suficiente. Desta feita, troquei-os pela paixão, conheci o prazer sexual, o encanto, a cegueira, a magia dos sonhos, o brilho do olhar e tive a ilusão de estar feliz sem eles, por uns momentos nem dei pela falta deles. Porém depressa a vida mostrou-me da pior forma, o quão errada estava, pois apercebi-me de como o amor pode ser complexo e ambíguo, não tardou nada conheci também a decepção e o sofrimento, eu necessitava desesperadamente de um desconto, fazia-me falta, o ânimo leve da amizade, o seu olhar meigo e o seu abraço consistente.

A partir daí nunca mais admiti a hipótese de os perder, aprendi que não é possível separar o amor da amizade.

A amizade é fácil como uma manhã de domingo, é leve como uma brisa fresca e suave, é o sentimento mais puro e simples, é tão simples que pode nascer de onde menos esperamos e tão puro que pode durar para sempre.

A amizade é tão nobre quanto o amor e ambos completam-se com uma perfeição divina e sublime, juntos são imbatíveis!

Eu amo a amizade como amo o amor!

Recuso-me a abdicar de qualquer um dos dois!

Essa sou eu e considero-me numa pessoa feliz! "






quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mais um trechinho de " Cartas a um Ex amor", espero que gostem, beijos!


Nem acredito que o fizeste! Meu Deus! Como é que pudeste ser tão covarde? Agora muita coisa se encaixa. É tudo claro como água, foi por isso que terminaste tudo daquela forma, estavas encurralado na tua teia de mentira e traição. Ao menos podias ter sido homem para dizer na minha cara o que realmente se passava, não te passou pela cabeça que eu saberia de qualquer forma, que essa verdade era demasiadamente redonda e vistosa para ma conseguires ocultar?

Agora percebo os olhares carregados de pena das pessoas sobre mim, na universidade e em todos os outros lugares que frequentávamos, a forma como disfarçavam ou paravam de falar de repente quando as ouvisse murmurar sobre nós, imagino que já todos sabiam, o porteiro, as senhoras da cantina, o contino, todo mundo menos eu, a burra foi a última pessoa a saber.

Por isso é que a tua presença na universidade tem sido cada vez menos frequente e outro dia ouvi alguém comentar que ias mudar de turno e até fiquei intrigada por já estarmos no meio do ano. Mas achei que apenas fosse mais um disparate que podias estar só a fugir de mim e tentei não ligar. Porém depois ouvi de raspão quando ia a passar pelo pátio, os teus amigos a conversarem sobre estares a trabalhar com o teu pai. Afinal não foi apenas para teres contacto com os negócios da família de perto, foste obrigado a faze-lo.



Hoje de manhã quando eu ia a sair da casa de banho no intervalo de 15 minutos, depois da aula de literatura, vi algumas das tuas colegas a conversarem com a Ângela no corredor encostadas a parede da nossa sala e quando me aproximei elas pararam subitamente de falar e não me conseguindo encarar, atrapalhadamente despediram-se e num ápice já tinham desaparecido do meu alcance visual. Intrigada perguntei a Ângela o que se tinha sucedido mas antes que ela me pudesse responder terminou o intervalo e tivemos de entrar.

Quando saímos da aula ela chamou-me num canto e disse: - Preciso que fiques calma, o assunto é sobre o Tiago, mas vais ter que confiar em mim e esperar até o fim das aulas, por favor, acalma-te e espera.

Durante as duas horas de aulas que ainda faltavam, não consegui pensar noutra coisa, não ouvi nada do que os professores de linguística e de história disseram ao longo das aulas eu sabia que se tratava de algo importante pela forma como a Ângela olhava para mim enquanto fazia-me prometer que esperava.

Ainda assim, no fim das aulas ela pediu-me que fossemos até a casa dela e apesar de eu já estar com o cabelo em pé de tão ansiosa ela conseguiu convencer-me e fomos até lá. Quando chegamos, no quarto dela com a porta fechada, ela pediu-me para sentar, agarrou as minhas mãos e começou a falar: - Raquel, tu sabes que sou uma péssima pessoa para suavizar as coisas, não sabes? E eu com os olhos arregalados e me preparando para o que ela diria a seguir, consenti baixando a cabeça.

- Precisas ser forte porque o que vou dizer não será fácil de digerir, mas sei que vais superar mais esta.

- Anda Ângela diz logo, que já estou prestes a ter um colapso! Disse eu exaltada.

- A Marisa está grávida! Disse ela rapidamente para não gaguejar.

Mas eu, ainda inocente sem perceber nada, perguntei de que Marisa se tratava e ela disse sem olhar nos meus olhos:

-A nova namorada do Tiago!

E eu esforçando-me para mostrar indiferença, engoli a seco, franzi a testa e perguntei o que é que aquilo tinha a ver comigo mas pela expressão que pairava no rosto da Ângela percebi que não era apenas aquilo e perguntei o que é que ela ainda não me tinha contado, quando ela me respondeu que faltava pouco para a tua namorada dar a luz, que provavelmente teria oito ou nove meses de gestação, que tu estavas a trabalhar para sustentar a vossa criança e que provavelmente iriam viver juntos e casar nos próximos meses, pois ela teve que desistir da Universidade e os pais puseram-lhe no olho da rua, fiquei devastada, era muita informação para processar! De repente perdi o equilíbrio, tudo ficou escuro a minha volta, senti uma pontada no peito, como se me tivessem tirado o ar e até pensei que fosse desmaiar mas a Ângela depressa abraçou-me apercebendo-se da minha condição e sem dizer nada apenas ouviu-me chorar e lamentar.



Sabes, o que mais me doí não é o facto de existir a possibilidade de te casares, e que não tarda nada serás pai de um filho que não é meu, mas sim a forma horrível que como descobri a tua traição, não sei exactamente a quanto tempo mas sei que se ela já estava grávida a oito ou nove meses atrás e nós só estamos separados a seis meses é porque vocês ficaram juntos enquanto ainda namorávamos e tu sempre soubeste que não tolero traição mas tolero menos ainda falta de consideração e falsidade. Como é que pudeste ser tão frio e estar comigo enquanto já tinhas engravidado uma outra? Como é que me pudeste trair de tal forma depois de dois anos de namoro em que fomos perfeitos um para o outro?

Não tinhas esse direito! Humilhar-me durante esse tempo todo, permitir que todos fizessem troça de mim, eu devo ser a anedota predilecta dos teus amigos!

Porquê que não me contaste? Aliás porquê que o fizeste?

Erámos tão amigos! O que aconteceu contigo?

O que foi que te faltou? O que foi que te fiz para merecer isso? Tu tinhas o meu coração em tuas mãos e sem dó o partiste!

Gostava que me pudesses responder a isso olhando nos meus olhos mas se não foste capaz de o fazer antes, só mereces o meu desprezo, não vou facilitar as coisas para ti correndo atrás de uma explicação, gritando, chorando, não, essa não sou eu e tu sabes disso. Vou deixar-te com esse peso para o resto dos teus dias se for necessário, para todos os efeitos eu não sei de nada, porque nunca mo disseste.

Espero que sejas ao menos bom pai para aquela criança que não tem culpa da vossa irresponsabilidade e que cuides daquela coitada a quem a juventude desgraçaste que agora será tua mulher, respeita-a como não me respeitaste a mim.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"Cartas a um ex amor"




Vejo-te passar por mim com o olhar distante, os teus olhos debatendo-se, inquietos, procurando uma maneira de se desviarem dos meus. Sinto que carregas o peso impiedoso da culpa sobre o dorso e na verdade o mereces mas não me alegro em ver-te assim, com o rosto inexpressivo quando inevitavelmente, cruzamo-nos na rua, envergonhado, com o rabo entre as pernas. Afinal de qualquer forma não te tenho, logo, a minha dor é vezes sem conta maior do que o remorso que te consome.



  Gostava que soubesses que não te odeio e nem te quero vir a odiar um dia, ainda penso em ti todos os dias, secretamente ainda me encho de alegria quando te vejo, adoro o teu sorriso. Mas ao mesmo tempo contorço-me de dor, uma dor tão profunda e gelada quando me lembro que não te posso tocar, que nem sei como é que consigo segurar as minhas lágrimas.



Tenho que admitir, ensinaste-me a ser forte, nunca pensei que fosse permanecer firme ao ver-te partir e trocar-me por outra com a facilidade de quem troca de camisa.



Até parece que já nem te conheço. Tenho a impressão que foste substituído algures por ai, tornaste-te outra pessoa em algum momento e eu não vi, pois para mim restou apenas esse ser frio e egoísta que destruiu tudo o que tínhamos.

Por isso é que tento não me esquecer, de como foste bom para mim um dia, posso dizer de boca cheia que fui feliz durante os dois anos e meio do nosso namoro.  

Prefiro acreditar que não tiveste opção, que foi mais forte do que tu, que foi por amor que partiste. “Nunca brincaste com os meus sentimentos, nem tudo foi mentira, pensas em mim de vez em quando, ainda que com nostalgia”. Repito para mim incontáveis vezes.



Hoje passamos um pelo outro como dois estranhos e as más-línguas presumem ser culpa minha, criticam-me e julgam-me por não tentar ser tua amiga, conviver contigo sem ressentimentos mas não sabem que se não o faço não é porque tenho raiva e te quero castigar com a minha indiferença mas sim porque não quero perder a esperança.



Não quero descobrir que estou enganada, que não fui especial para ti, que nunca me amaste, que fui apenas mais uma pobre distraída cujo coração destroçaste. Prefiro observar-te ao de longe e ter a ilusão descabida de que lá bem no fundo te arrependes por me teres magoado, que nunca foi tua intenção fazer-me chorar rios em meu quarto, que desejavas que tudo fosse diferente. Se não me aproximo é porque não quero perder esse consolo que a incerteza me proporciona. Já dizia o poeta “ os ignorantes é que são felizes”.



Mesmo que tentes nunca poderás precisar o quanto desejo gritar aos quatro ventos com convicção e segurança que já te esqueci! Olhar nos teus olhos de cabeça erguida e de nariz em pé com a frieza de quem já não ama. Mas sou notavelmente incapaz de conseguir essa proeza, ou seja, até um cego vê que sou tua de corpo e alma, embora faça tudo para negar essa verdade absurda. Não sabes o trabalho que dá manter-me firme e bonita, levantar da cama e sair de casa todos os dias exibindo um sorriso vazio mas essa sou eu amor, guerreira imbatível, mesmo lutando contra o que é obviamente indestrutível. 



Não sou mulher de lamentos! Já dizia a minha avó.



Logo nunca saberás por mim que ainda te amo, negarei até ao fim, nunca ouvirás da minha boca o que digo em cada gesto, cada som, cada movimento, nunca me ouvirás dizer que te quero, nunca verás em meu rosto nenhum vestígio de tristeza ou saudade, farei de tudo para ocultar as minhas fraquezas.



Quero que sejas feliz!

Essa certeza é uma das poucas que tenho. Não te quero ver sofrer, estejas ao pé de mim ou não. Dizem que o amor é cego mas livre de qualquer eufemismo, digo que é cego, surdo, mudo, paralítico e burro pois ainda me preocupo contigo. Enfim espero que nunca te magoes mas gostava apenas que um dia soubesses o quanto me magoaste e que nunca o voltasses a fazer a mais ninguém nem a “aquela uma” a quem chamas namorada que tomou o meu lugar.



Sabes, não sei quando é que te vais tornar passado de facto, não através do passar do tempo, refiro-me a quando é que poderei olhar para ti e rir com exaltada ironia por ver alguém que quase me despedaçou, não sei quando mas sei que esse dia chegará. Porém até la só penso numa coisa “arranjar uma forma de me sentir menos insignificante menos perdida…”