domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Amor da Amizade!

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" Nunca fui uma pessoa muito expressiva ou espontânea, mas também não sou amarga ou reservada, tenho as minhas pessoas e os meus momentos apesar de ser relativamente simpática e comunicativa, adoro rir e conversar sobre variados assuntos, enfim, considero-me uma pessoa sociável e fácil de lidar.

Porém confesso que sou teimosa e as vezes um pouco contraditória e radical e acrescentando a este facto a minha impaciência e intolerância fatais tornei-me numa pessoa de poucos amigos, as minhas relações humanas e sociais são na sua maioria temporárias e superficiais.

Contudo os poucos e grandes amigos que conquistei nos meus breves anos de existência são os meus únicos e verdadeiros amores. Não abro mão deles, não posso e nem quero dar a um deles o título de “melhor amigo” pois posso ter o melhor de cada um deles. Boa parte do que sei sobre mim, sobretudo os meus defeitos e manias, aprendi com eles, muitas vezes, desaponto-os com a minha ligeira tendência para contraria-los e outras com a minha excessiva capacidade de compreende-los, eles também falham é verdade, são seres humanos, faltam-me algumas vezes, mas o que nós temos é tão puro e simples que involuntariamente encontramo-nos nas nossas diferenças e mesmo quando dedos são apontados ou pedras são lançadas não nos conseguimos separar, somos parte integrante, nas vidas uns dos outros.  

Em determinadas épocas da minha vida, senti-me incompleta, precisava mais do que carinho, compreensão, conforto, estabilidade, precisava sentir-me viva, desequilibrada no meu próprio corpo, precisa sentir-me perdida em meu mundo, e aí a amizade deles não foi suficiente. Desta feita, troquei-os pela paixão, conheci o prazer sexual, o encanto, a cegueira, a magia dos sonhos, o brilho do olhar e tive a ilusão de estar feliz sem eles, por uns momentos nem dei pela falta deles. Porém depressa a vida mostrou-me da pior forma, o quão errada estava, pois apercebi-me de como o amor pode ser complexo e ambíguo, não tardou nada conheci também a decepção e o sofrimento, eu necessitava desesperadamente de um desconto, fazia-me falta, o ânimo leve da amizade, o seu olhar meigo e o seu abraço consistente.

A partir daí nunca mais admiti a hipótese de os perder, aprendi que não é possível separar o amor da amizade.

A amizade é fácil como uma manhã de domingo, é leve como uma brisa fresca e suave, é o sentimento mais puro e simples, é tão simples que pode nascer de onde menos esperamos e tão puro que pode durar para sempre.

A amizade é tão nobre quanto o amor e ambos completam-se com uma perfeição divina e sublime, juntos são imbatíveis!

Eu amo a amizade como amo o amor!

Recuso-me a abdicar de qualquer um dos dois!

Essa sou eu e considero-me numa pessoa feliz! "






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